terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O Natal

Semana passada, uns dez dias antes do Natal de verdade, foi o almoço de Natal na casa da tia do Dani. Como acontece todo ano, alguém se veste de Papai Noel, aparece no telhado da cobertura, desce um saco enorme de presentes e se despede. Aí começa a abertura de presentes!

Até esse ano, Marina nunca tinha se ligado muito. Primeiro, tinha só 6 meses. Depois, 1 ano e meio e o tal do Papai Noel também passou meio batido. Mas esse ano... Ah, esse ano...

Eu sempre gostei de Natal, mas mais pelos presentes e pelo clima familiar do que pela mágica natalina e pela imagem do Papai Noel. Tanto que nunca nem tinha pensado sobre incentivar a crença no Papai Noel, escrever cartinha e tal. Até esse ano, né?!

Primeiro, assim que o Papai Noel apareceu, Marina estava desconfiada. Deu tchauzinho e ficou olhando lá para cima, mas com um olhar sério, bem desconfiado. Depois, quando começaram a abrir os presentes, logo trouxeram um embrulho enorme para ela. Ela me olhou e perguntou se era a boneca que fecha o olho. (Uns três dias antes, ela tinha começado a falar na tal da boneca que fecha o olho. E cismou com o assunto. Imagino eu que deva ter rolado um papo desse com as amigas do colégio.) Bem, eu sabia que era um boneca e disse que sim. Ela abriu o embrulho, com os olhos brilhando. A boneca não fechava o olho, mas ela nem se deu conta. Adorou! Aí, abrimos o segundo embrulho que apareceu. Massinha com purpurina e cortadores de flor e coração.
- Mamãe, pode abrir? Posso brincar?
Eu deixei, mas ela logo lembrou da boneca e do outro presente. Por fim, abrimos o terceiro embrulho. Aí o tempo começou a andar mais devagar. Era a boneca da Elsa, do Frozen. Marina não podia acreditar no que os olhos viam. De cara, me perguntou se podia dormir com ela. Fazia carinho e dava beijo na boneca, dizendo para ela:
- Você é minha amiga!
E não largou mais. Não mesmo. Voltando para casa, já quase dormindo no carro, Dani me pediu a chupeta, para dar para ela. Quando foi botar na boca dela, Marina disse:
- Não quero chupeta, papai. Quero dançar com a Elsa e com a mamãe quando chegar em casa. Você e o Olaf ficam vendo no sofá.
Não preciso nem falar que quase chorei, né?



E, neste momento, nasceu para mim a Magia do Natal, assim mesmo, com letra maiúscula. Foi a Magia que a Marina despertou em mim. E que venham muitos outros, que vou estar bem preparada!

Agora, imagina na Disney!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A informação que muda tudo e não muda nada

Uma vez, uma amiga muito sábia, que trabalha numa maternidade, disse uma frase que vira e mexe eu me lembro, principalmente quando vejo uma grávida. Qual é a primeira pergunta que se faz para uma mulher grávida? É menino ou menina? E a resposta é uma informação que muda tudo e não muda nada.

Não muda os parabéns e o abraço que você vai receber de todos os conhecidos, não muda a alegria que você vai sentir, não muda o amor e o carinho que vai ter pelo bebê, não mudam os desejos de saúde que a criança vai receber, não muda a paciência que você vai ter com o bebê, não muda o cuidado que vai dedicar a ele, não muda a maneira de educar (!).

Mas, em compensação, muda tudo. Muda a cor do enxoval, mudam as brincadeiras preferidas, muda a imagem que você constrói da criança, muda o comportamento, muda a maneira de educar (!).

Antes de engravidar, sempre quis ter um casal. Acho que é o retrato básico da família-margarina: mãe, pai, filho, filha e, às vezes, um cachorro, que eu dispenso! É a imagem que todo mundo tem de uma família perfeita. Se você já tem uma menina e está grávida, todo mundo te deseja que seja um menino. E vice-versa. Mas confesso que, depois que a Marina nasceu, quando comecei a pensar no segundo filho, queria muito outra menina. Já tenho todas as roupas, já sei como as coisas funcionam, já sei como vai ser, elas vão ser amigas, brincar juntas, dividir as roupas, dividir segredos, dividir o quarto.

Mas é com muita alegria que anuncio que eis que vem por aí o Francisco! E ele vai usar algumas roupas da Marina, e eu já sei como algumas coisas funcionam, não sei como tantas outras vão ser (como não saberia se fosse menina, vamos convir...), e eles vão ser amigos, vão brincar juntos (afinal, meu irmão brincava de Barbie comigo e eu adorava brincar de Comandos em Ação com ele, embora ele dissesse que eu brincava errado), e eles vão dividir segredos e também vão dividir o quarto.

E seremos uma família feliz, com mãe, pai, menino e menina, igual aquela propaganda de margarina! Só que sem o cachorro, por favor!!!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O amor pelo colégio

Eu amo o colégio da Marina. Mas não sou a única, ela também ama.

Essa semana, estávamos no carro de manhã e rolou a seguinte conversa:
- Mamãe, onde estamos indo?
- Para o colégio.
- êêêêêê!!!
E eu sorri!

Na semana anterior, era hora de ir embora do colégio. Saímos junto com a Louise. E Marina queria dar carona para a Louise. Só que a amiga estava de carrinho. E ela chorava e chorava. Louise foi embora. Então ela queria dar carona para a Ana, para a Ana, e chorava. Só que a mãe da Ana ainda não tinha chegado. Fomos embora. E ela chorando, e pedindo a Ana, pedindo a Louise.
Dessa vez, não sorri por fora, mas sorri por dentro, por ver como ela gosta das amigas, como tem carinho por elas.
By the way, sair do colégio leva horas, sempre. Se a gente encontra uma mãe, Marina quer subir junto para buscar a amiga. E elas querem ver a tartaruga, brincar na casinha, descer no escorrega. É papo de o colégio fechar e sermos expulsas!

Outro dia ainda, estávamos tomando café. Pegamos o peito de peru. Marina separou umas tantas fatias para o pai e pegou o resto. Ele perguntou se não podia pegar mais e ela respondeu:
- Não, esse é para os meus amigos.

E quando ela foi comprar um arco de cabelo. Escolheu uma cor para ela e uma para cada amiga!

E assim as histórias se repetem e se multiplicam. E eu fico cada vez mais feliz. Me dá muita alegria e tranquilidade ver como ela gosta da escola, como gosta dos amigos e das professoras. Isso significa que ela é bem cuidada, que recebe carinho e atenção. Que ela brinca e se diverte!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Quando não é não

Que consistência é uma das palavras-chave da educação ninguém discute. Até porque consistência anda lado a lado com o conceito de rotina, né? Mas falar sobre a paternidade acidental da Tracy Hogg me levou a pensar na firmeza das ordens que damos. Quando dizemos não, tem que significar não! Não pode ser aquele não mais ou menos, que com três gritos e cinco lágrimas logo vira um sim. É difícil? Sim! Até o momento, talvez seja a parte mais difícil da maternidade que já enfrentei. Mas é fundamental.

Esse assunto me lembra muito a minha mãe. Quando eu pedia alguma coisa e ela dizia não, eu nem insistia. Era não e ponto! Tem quem não goste disso, que ache que é preciso haver diálogo, argumentos e convencimento. Sinceramente, não acho. Acho que, antes de mais, é preciso valorizar os nãos. Minha mãe não dizia não para tudo. Na verdade, não dizia não para quase nada. Então, quando era não, eu nem discutia. Sabia que ela tinha deixado isso e aquilo na semana anterior. E, com sinceridade, ela sempre tinha razão mesmo. Se não podia, tinha um motivo, não era só porque ela não queria. Eu sabia que a palavra final era dela.

Semana passada, Marina arranhou o pai. Dani queria ajudá-la a calçar o sapato, que ela insistia em botar no pé errado. Ela se irritou e virou a unha na cara dele. Repreendemos. Ela começou a chorar. E não parou. Eu disse que tinha que pedir desculpas para o papai, que não pode bater. Ela chorava e dizia que não. E chorava, chorava, chorava. Chorou muito, se jogou no chão. Durante todo esse tempo, eu conversei, perdi a paciência, conversei de novo, perdi a paciência de novo, quase desisti e fui embora com ela, voltei atrás. E nada de ela pedir desculpas ou parar de chorar. Queria colo, queria chupeta, queria água. Ok, mas antes teria que pedir desculpas. Foi difícil, bem difícil, mas fiquei firme. No fim, deu abraço e beijo nele e balbuciou um pedido de desculpas. Aí, me pediu um beijo. Eu disse que não, que estava brava. Nessa hora, ela começou a chorar de novo, sentida, me pediu só um beijinho e pediu desculpa em alto em bom e som, vindo me dar um abraço. Pronto, história com final feliz!

Se tivéssemos deixado passar ela teria aprendido que pode bater? Acho que não. Tendo feito isso, significa que ela nunca mais vai bater? Também acho que não. Mas, de vez em quando, temos que ser firmes, mostrar que a palavra final é do pai ou da mãe, e não da criança. Não podemos nos deixar vencer pelo choro. Se eu disse que tinha que pedir desculpa, tinha que pedir desculpa e ponto!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Paternidade acidental

*** Antes de começar, gostaria de deixar claro que, apesar de ter lido o livro da Encantadora de Bebês, não sou adepta fervorosa ou defensora das práticas e ideias que ela apresenta. Concordo com umas coisas, discordo de outras. Para mim, um dos melhores conceitos que ela apresenta, que também é uma das maiores pegadinhas da maternindade, é a paternidade acidental. ***

A paternidade acidental é um conceito apresentado pela Tracy Hogg (encantadora de bebês) que, por mais simples que possa parecer, na verdade, é bem complicado. A paternidade acidental é tudo que fazemos na hora do desespero, quando a gente não sabe mais o que fazer e tem que dar um jeito naquela situação o mais rápido possível, por mais que saibamos que não é o certo a se fazer.

O exemplo da criança que não dorme é o mais batido e a paternidade acidental pode aparecer de várias maneiras, seja colocando a criança para dormir na cama dos pais ou levando para dar uma volta de carro. Ou a criança que não come, que ganha um danoninho e um nugget em substituição ao jantar, só para não ficar de barriga vazia. São atitudes tomadas sem planejamento, apenas para por fim a uma situação problema. Só que, na verdade, infelizmente, isso não é uma solução, porque acaba prolongando o problema...

Para não cair na armadilha da paternidade acidental, a Encantadora diz para você não começar como não quer continuar. Só que, na prática, isso não é assim tão simples. Podemos aplicar isso a um milhão de pequenas coisas do dia a dia que, somadas, geram um estresse e cansado danados.

Não é só na hora de dormir que precisamos ser consistentes para não cair em armadilhas. Na verdade, não é sequer uma questão de consistência ao educar a criança. Eu amplio um pouco esse conceito, aplicando até nos pequenos detalhes mesmo. Um dia, ao dar banho na Marina, levamos umas letrinhas que grudam no azulejo para brincar. É um brinquedo de banho, ok, sem problema. Só que a brincadeira se prolongou por muitos e muitos minutos. Muitos mesmo! Aí, no banho seguinte, deixei as letrinhas de lado e levei outro brinquedo. Só que ela queria as letrinhas! Outra noite, ela pediu para ver Frozen. Já estava tarde e resolvi colocar só um clipe no iPad, já na cama. Grande erro... Adivinha o que ela queria na noite seguinte? E isso nos leva ao momento do não, em que termos que ser mais firmes que a criança.

Na hora do não, na minha opinião, ou a gente cede de primeira, sem nem brigar (o que aconteceu aqui em casa nessas duas vezes) ou bate pé no não, que é não mesmo e pronto, independente do nível de choro que isso vá gerar. Sei que mudei de assunto, e não quero misturar tudo. Então deixamos o não para a próxima.

Sei que cada mãe vai ter um milhão de exemplos dessas coisas pequenas que, sem querer, viram mania e entram no repertório familiar. Às vezes, a gente só queria agradar, mas o tiro acaba saindo pela culatra...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Quando o coração respira aliviado

Às vezes, o nervosismo e a ansiedade são incontroláveis. Depois de perder um bebê, por mais tranquilo que tenha sido o processo, por menos que você tenha sofrido e por mais rápido que você tenha se acostumado e ficado em paz com o que aconteceu, é impressionante como o nervosismo e a ansiedade passam a fazer parte de qualquer futura gravidez. Sim, estou falando de mim!

Antes de ir para a África, minha menstruação estava ligeiramente atrasada, mas nada que o meu ciclo irregular não pudesse estar querendo me enganar. Viajamos, eu enjoei, mas a Marina também, então atribuí a alguma coisa que nós comemos. Voltamos e nada ainda! Resolvi fazer o exame de sangue. Deu positivo, o beta deu mais de 50 mil. Já era bastante coisa, mas não o suficiente. Naquele momento, vi como ter perdido um bebê tinha me afetado. Um resultado positivo no exame de sangue ainda não era um positivo para mim. Precisava fazer a ultra. E marquei para o dia seguinte.

A primeira imagem que vi foi uma mancha preta vazia. O coração quase parou. Perguntei logo se tinha alguma coisa ali dentro. A médica disse que tinha, mas que, antes de olhar o bebê, ia olhar o útero, ovários, etc. E tinha bebê, e tinha coração batendo, e tudo lindo. Na semana seguinte, fui à minha médica e, pelas contas do ultrassom dela, eu estava com 1 dia a menos do que a ultra feita na semana anterior. Isso já plantou mais aquela pulguinha...

Bem, mesmo assim, era oficial: estou grávida! Mas, lá no fundo, sinceramente, eu ainda não estava satisfeita. Estava mais magra do que há bastante tempo, quase com o mesmo peso de quando engravidei da Marina. Ainda não tinha barriga nem sentia mexer. Só sentia enjoo, muito enjoo, bem diferente de qualquer sintoma que senti com a Marina. Ok, é normal, mas sempre achei que fosse meio mito, meio frescura. Não é. Na teoria, o enjoo é um ótimo sintoma. Significa que seu corpo está produzindo um hormônio que segura a gravidez. Mas é incômodo e, sinceramente, acho muito estranho o único sintoma da gravidez (uma coisa tão mágica e incrível) ser uma sensação ruim... Resumindo: ainda não estava satisfeita.

Decidimos não divulgar até completar três meses. No início, achei que não conseguiria. Mas confesso que estava tão ansiosa que acabou não sendo tão difícil, afinal, eu ainda precisava confirmar para mim mesma também. E passei cinco semanas ansiosa, esperando chegar o dia de mais uma ultra, o dia de fazer três meses. E chegou!


E meu bebê tá lá, todo lindo, vira de um lado para o outro, de cima para baixo, cheio de espaço na barriga. E ganhando vários beijos da irmã e do pai e muito carinho meu. Seja bem-vindo à nossa família! E bem-vinda eu ao segundo trimestre da gestação!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Amo mais!

Vídeo de criança é o que há!
Nunca fui de filmar muito, daquelas mãe que filma tudo. Mas confesso que agora entramos numa nova fase, em que os vídeos são muito mais gracinhas, muito mais encantadores.
Tá meio escuro, mas o que vale é a nossa conversa, ou seria discussão?


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O exemplo

Se tem uma coisa que eu acho poderosíssima com criança é o exemplo! Se você fizer, é batata que a criança vai copiar. Todo mundo sabe que tem que tomar um cuidado danado com o que fala perto de criança, que, aos dois anos, a tendência é repetir tudo que ouve. Mas o exemplo vai além das palavras. As crianças copiam também os atos dos adultos.

Num primeiro momento, a gente acha fofo. E é! Mas, na verdade, também é muito sério. Imagina você, num momento de raiva, jogar alguma coisa no chão, ou bater uma porta. A criança vai aprender esse comportamente e pode reproduzi-lo. Lá em casa, não temos esse tipo de atitude negativa na frente da Marina. (Nem muito por trás, por sorte!)

Mas, em compensação, outro dia, estávamos tomando café. Eu segurava o meu sanduíche e ela, o dela. Aí, reparei que ela estava olhando atentamente para a minha mão e imitando o meu trejeito segurando o pão, colocando a mão dela na mesma posição. Na hora, achei graça. Depois, pensei na minha responsa!

Outro dia ainda, ela estava brincando de botar e tirar os óculos escuros. Aí, tirou os óculos e mordeu na pontinha da haste, coisa que muita gente faz, mas eu não! Perguntei por que ela estava fazendo aquilo. E ela me respondeu: a vovó mordeu!

Estávamos no restaurante. Ela pegou um saquinho de sal e começou a fingir que jogava na comida, sem o abrir o saquinho mesmo. De novo, perguntei onde ela tinha visto aquilo. E ela me respondeu que o Massi fazia!

Por fim, Marina estava fazendo xixi. Como estava de camisola, pegou o vestido todo, que é bem comprido, enrolou e enfiou dentro da gola. Mais uma vez, perguntei de onte ela tirou aquilo. E ela disse que foi a Teté que fez.

Resumindo: atenção, pessoal, a pequena está de olho em tudo!