domingo, 8 de junho de 2014

Não é fácil...

O título que eu realmente queria colocar para esse post é proibido para menores, e como esse blog é sobre menores, achei melhor suavizar. Cada um coloca aí o palavrão que preferir. Só digo que ter filho, não é fácil.

Há uma nove dias, no sábado passado, Marina começou a ter diarreia. E passou a semana toda assim. Na agenda, só vinha lá dizendo quantas vezes ela tinha feito, e que era pastoso. Culminou na sexta-feira, com nove cocôs e uma alimentação bem fraca (três colheres no almoço e meio prato no jantar). Já tinha falado com o pediatra ao longo da semana e, na sexta, disse que estava angustiada. Mas ele me disse a mesma coisa. Diarreia não tem remédio. É oferecer muito líquido, não forçar a alimentação e esperar. Ok. E veio o sábado. A manha estava bombando aqui em casa, só no esquema colo, tv, colo. Tínhamos uma festinha e fomos. Na festa, rolou o primeiro cocô-água. Água mesmo. Depois disso, até revi meu conceito de cocô líquido dos dias anteriores. Sujeirada, bagunça, fralda trocada, mais manha, quer colo, mas não quer ir embora, quer colo, mas quer brincar com os amigos. Enfim... Saindo da festinha, fomos para a casa da minha mãe. E lá tive que rever de novo meu conceito de cocô líquido. Escorreu pela perna, derramou no banheiro, um caos. Ainda bem que eu não estava em casa sozinha com a pequena. Depois desse segundo episódio, acionei o pediatra de novo. E dessa vez ele me receitou um remédio. Tiro e queda. O humor melhorou na hora. O intestino prendeu, mas melhor isso do que antes. 

Aí, veio o domingo. A manhã foi difícil, muita manha. Mas vá lá. Depois melhorou. Eu diria até que normalizou. Comemos, brincamos, bebemos água, vimos pocoyo, de tudo um pouco, bem equilibrado. Almoçamos e dormirmos. E quando ela acordou, o monstriho tinha voltado. Era só colo, colo, colo. Fui fazer xixi e ela ficou no chão. Sério, dois minutos. (Quanto tempo leva um xixi?) Ela ficou parada na minha frente, chorando, até voltar para o colo. E o nível de paciência chegando quase no limite. Ia ao shopping fazer depilação (teoricamente algo tão básico, mas que vira quase um luxo) e minha mãe ia ficar com a Marina enquanto isso. Ao chegar, fizemos um lanche. Quer pão de queijo, sorvete (a diarreia era ontem, hoje é um novo dia. Quem nunca que atire a primeira pedra!)? Quero, não quero, não quero!!! E dá-lhe choro. E pronto, o limite da paciência foi atingido. Larguei a criança chorando no chão. E minha mãe, fresquinha da silva, deu um jeito, como sempre. É a expert na arte da distração. 

E esse é só um exemplo, um exemplo de como é difícil, de como parece ser um teste diário dos nossos limites, da nossa paciência, da nossa capacidade de abstração. Abstração, sim, porque as vezes é preciso abstrair as exigências, reclamações e choramingos das crianças. Muito sabiamente, uma amiga me disse que, no meio de uma dessas crises, já sem saber o que fazer, ela sentou na cama (enquanto a criança continuava dando o seu ataque), fechou os olhos, levou as mãos à cabeça, e pensou em tudo que não devia fazer (gritar, bater porta, bater na criança, apertar o braço, morder, xingar, sacudir). Nisso, ela se recompôs e pensou nas alternativas possíveis. E agiu conforme elas! Se adiantou? Um dia adianta, no outro não. Aí, tem que bolar outra opção, outro malabarismo, inventar outra brincadeira, outra palhaçada, mudar o foco. Mudar o foco! Nada mais importante que isso!

Eis que, depois de suas respectivas crises de terrible twos, de manha, de indecisão, ou do que quiserem chamar, eis que o dia termina assim:



Pois é! Nem tudo está perdido!

2 comentários:

  1. Só quem vive sabe como é difícil...ainda bem que a parte boa compensa! Concordo que saber mudar o foco nessa idade é essencial. Mas como é difícil a gente conseguir ter calma pra agir, não gritar a toa...cada dia é um dia, e somos humanas, temos que saber nos perdoar pra seguir em frente. Beijos!

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    1. Com toda a razão, Bianca. E nunca podemos nos esquecer da parte boa, porque é ela que faz a gente seguir sempre em frente!

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