segunda-feira, 7 de abril de 2014

À espera do segundo positivo

No dia 14 de março, recebi meu primeiro resultado de positivo, depois de um teste de farmácia, com um tímido segundo tracinho. Tão tímido que quase não acreditei. Achei melhor, inclusive, mandar para a minha médica para confirmar se aquilo valia como um segundo tracinho. E não é que valia!? Como ela mesma me respondeu: "Ê! Bebê! Positivíssimo!"

No dia seguinte, veio a confirmação através do exame de sangue! Grávida! O nível do hormônio medido pelo Bhcg ainda estava bem baixo (como explicado aqui), o que indicava apenas que eu estava grávida há menos tempo do que imaginava. Consulta na médica com ultrassom e, sim, grávida, saco gestacional, placenta, tudo lindo. Mas ainda estava muito cedo para ver bebê. Entre 3 e 4 semanas de gravidez. Realmente, um pouco menos que eu imaginava, mas beleza

Felicidade! Vida mudando! Muitas novidades! Tudo no mesmo dia! Mais felicidade!

E demos às boas novas aos familiares e amigos. Muita gente nos desejando um menino, para termos um casal, e nós desejando outra menina, mas felizes com o bebê, fosse ele quem fosse.

Uns dez dias depois, surgiu um certo corrimento. Nada grave, nada alarmante. Anotei na minha listinha para contar para a médica na próxima consulta. Quatro dias depois, aumentou um pouco. E decidi que era melhor ir lá nela. E fui, num sábado de manhã. Tudo certo com a placenta, colo de útero, saco gestacional, mas ainda não dava para ver bebê. O saco tinha crescido nesse tempo, um pouco menos do que o ideal, mas o bebê ainda não tinha aparecido.

No próprio sábado, o sangramento aumentou bastante. E continuou no domingo. E saiu alguma coisa estranha. E esse foi o pior momento, a pior sensação, o pior medo. No dia seguinte, de volta à médica, outra ultra. Colo de útero fechado, placenta linda, saco gestacional lindo, e nada de bebê. Como o colo de útero está bem fechadinho, aquilo não era nada, não era perda, não era bebê. Sensação um pouco melhor, mas ainda assim uma angústia, uma ansiedade. Estou grávida, mas ainda não tenho bebê na barriga. Estranho. Incômodo. Incerto.

Desde então, tem mais de uma semana que continuo com sangramento. Enquanto considero que uma das grandes vantagens da gravidez é não menstruar, aqui estou eu contradizendo a natureza. Aí você começa a ouvir as histórias de todas as mulheres que tiveram sangramento ou até menstruaram durante a gravidez. E tantas outras que, por isso mesmo, só descobriram que estavam grávidas lá para uns 5 meses. Tem de tudo, né?

E tem também aqueles que acham que você não devia ter contado, e te falam isso. Para que eu não sei. Talvez para movimentar a culpa que paira entre nós. Mas não... Comigo não. Sai para lá, jacaré. Divido alegria e divido tristeza. Ter filho é uma das maiores felicidades da vida. Quero dividir com as pessoas que eu amo. Perder é uma das maiores tristezas. Portanto, não quero sofrer sozinha. Vergonha? De quê? Chega de tabu! É triste. É, e muito, mas é para isso que temos família e amigos. Caso eu passe por um momento difícil como esse, quero poder contar com as pessoas.

Enquanto isso, hoje, aguardo meu segundo resultado positivo. Hoje é dia de descobrir se tem bebê.