quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O caos no trânsito

Ontem, foi a primeira vez em que sai de carro sozinha com a Marina. No início, tudo muito bem, tudo muito bom, pequenas choramingadas logo resolvidas e cochilos ao balanço das ruas esburadas desse meu Rio de Janeiro. Tudo às mil maravilhas, comprovando a tese de que bebê adora um carro.

Último trecho, Ipanema - Jardim Botânico, trânsito caótico na Lagoa, tentativa de fuga por Ipanema, Leblon e Jardim Botânico. Mais caos! Sozinha no banco de trás, bebê não para de chorar. Começa com um chorinho de leve, meio tímido. A cada parada eu soltava o cinto, me virava para trás, coloca a chupeta na boca, fazia um lerolero e... Ops, o sinal abriu! Enquanto dirigia, conversava, cantava e tentava fazer carinho no bracinho dela. Aí, o chorinho tímido evoluiu para gritos e soluços incessantes. Por quê? Não sei!

Agora, é chegada a hora da confissão. A combinação de trânsito louco e bebê aos berros no carro foi demais para a minha pobre cabecinha. Me irritei! Energicamente, pedi para minha filha (olha o eufemismo!) que ficasse calminha. Expliquei que o trânsito estava muito ruim, que ainda ia demorar um pouco para chegarmos em casa e que, se ela ficasse chorando, só ia ser pior. Mas acho que ela não entendeu. Então, liguei o rádio bem alto. Também não adiantou. Aí, resolvi mudar de estação. Coloquei na Rádio MEC e tive meu momento de epifania.

Entendi que, se ela está chorando, é porque tem alguma coisa incomodando. E muito.

Coloquei o som da Rádio MEC num volume normal, conversei com ela com uma voz calma e amorosa, expliquei que já chegaríamos a um lugar onde eu poderia parar o carro. E assim fiz. Parei o carro, fui até o banco de trás, tirei ela da cadeirinha, aconcheguei bem no colo, voltei para dentro do carro (porque ninguém merece o calor que fez ontem), e ficamos lá, abraçadinhas, quietinhas, aconchegadas, até o choro passar, até ela se acalmar, até parar de soluçar e adormecer.

E, mais uma vez, eu entendi, e não posso esquecer disso nunca mais: "Se ela está chorando, tenho que me colocar no lugar dela para entender o que está incomodando e tentar ajudar. Afinal, ela não está chorando só para me sacanear e me irritar!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário